12 de maio de 2018

Memórias do rah: NDT 2009. 16 anos e Playcenter.

"O Playcenter orgulhosamente apresenta: Noites do Terror."
E era assim que eu curtia as minhas noites na minha adolescência. 



O ano era 2009 e eu tinha uns 16 anos. Já bastante evoluído, descolei uma vaga de moderador em uma comunidade oficial do parque no Orkut, e com isso tive muitas regalias e entradas free no evento. Era um jovem descolado, rodeado de pessoas interessadas e interessantes, beijoqueiro e paquerador, tinha companhia certa em quase todo final de semana, todos eles acompanhados de uma fiel escudeira, que após um término de namoro traumatizante, eu peguei pra mim e coloquei debaixo das minhas asas.
A rotina era bem simples, acordar sábado ao meio dia, almoçar e começar as trocas de SMS pra saber quem ia, como íamos, e qual horário nos encontraríamos na Barra Funda para pegar a Marinete (o Onibus do Playcenter).
Chegávamos no parque lá pelas 16h00, dávamos uma volta, pra notar o movimento, ver uns rostos, e dar uns closes. As vezes comiamos um Monga Burguer e iamos na Looping Star, mas logo íamos pra frente do palco, curtir as musicas antes da abertura, e garantir a melhor vista do evento.

Era religioso, automático, na saída de todos os monstros do palco, íamos atrás do cortejo em direção ao nosso labirinto preferido, depois só ficávamos desfilando pelo parque, trocando cumprimentos, e alguns beijos na boca em um cantinho discreto.A graça era essa, ver as pessoas que interagíamos pelo Orkut, trocar paparicos com namoradinhos virtuais, e ser bastante popular, e conhecido no parque.

Tão logo o tempo passava e íamos novamente para o gradil acompanhar o encerramento, que não assistíamos até o fim para dar tempo de pegar a Marinete vazia.

Na Barra Funda, mortos de cansados, comiamos um Hot Dog ali naquela pracinha de alimentação do terminal. Era o tempo do elenco do parque ir chegando até o metrô, e curtirmos mais uma rodada de flertes e paparicos. Geralmente eu voltava com algum deles até a sé, ou o carrão, e vinhamos o caminho todo conversando sobre o evento.
Chegava em casa mais de meia noite, minha mãe sempre preocupada me esperando, mas eu já entrava com um sorriso de orelha a orelha, ansioso para transferir as fotos para o PC e postar no Orkut. Ainda era Sábado, e a ansiedade de chegar o Domingo, e fazer tudo isso de novo já era grande.

Hoje, todas as vezes que eu assistir este vídeo, todo este filme se passa pela minha cabeça.  Triste em ver que de centenas de pessoas que eu conheci, conto nos dedos de uma mão as que eu ainda mantenho contato, passados estes 9 anos, as vezes sinto um alivio por ter superado esta fase meio fútil e bobinha, mas logo meu coração se enche de saudade e nostalgia, tudo era tão legal, tão puro, alegre, que eu tenho absoluta certeza que se eu pudesse viver tudo de novo, eu viveria. 



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